Um levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) no período de entre 29 de março e 8 de abril, identificou que, de 163 operadoras de comércio exterior, 72% tiveram sua produção afetada em abril devido aos impactos da Operação Padrão da Receita federal.
O principal problema levantado pelas operadoras é a lentidão no desembaraço das mercadorias o que remete um atraso de entrega aos clientes. Para as importadoras, o atraso na entrega atingiu 23,9% das empresas no mês passado. Fora isso, cerca de 21,2% de companhias interromperam a sua produção pela falta de insumos e matérias-primas. Quase o triplo em relação a janeiro do mesmo ano.
No caso das exportadoras, o aumento foi bem maior, 40,2% das companhias relataram atraso na entrega de mercadorias. Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional (Sindicato dos Auditores da Receita Federal do Brasil), diz que entende a preocupação dos empresários brasileiros, mas ressalta as dificuldades da categoria. “No que diz respeito ao controle de comércio exterior, a gente precisa de segurança e agilidade, mas quando você tira recursos e pessoas, não tem condições de ter as duas coisas.
O Brasil está trabalhando sem gente e sem equipamento, não tem possibilidade de controlar o que está entrando com agilidade”, disse. Na operação-padrão, segundo o sindicato, as cargas são vistoriadas com o devido rigor, o que não vinha sendo feito normalmente por falta de pessoal.